Aprendizados e tropeços no mundo do self-hosting
No início dos meus tempos, para um servidor de arquivos devia-se instalar o vsftpd ou o samba que eu nunca conseguia configurar corretamente. Esses dois deviam ser suficientes para lidar com menos de 100gb de arquivos aos 15 anos, onde maioria disso era jogos, e nenhuma foto ou video. Esses dados nunca persistiam, duravam até eu instalar uma pá de pacotes do apt e quebrar o sistema. Acredito que, os dados que mais longevos foram com o OpenMediaVault 4, guarde esse nome.
Com o OpenMediaVault (OMV), tudo era fácil, configurar usuários, compartilhamento com o Samba, até o ftp já estava pronto. Na época, 2018/2019 a curiosidade sobre servidores, linux, clusters, estava me fazendo gastar horas da minha semana, sempre errando, buscando em sites, seguindo guias, tutoriais ainda mais antigos.
Numa época me apaixonei pelo Ubuntu Server 18 com aquela instalação que permitia configurar desde criar um network bond até instalar snaps para rodar no servidor. Tudo isso para rodar em um incrível Celeron alguma coisa, com 4 gb de ram, em um pc com fonte barulhenta e com 80 gb em um hd e 500 gb no outro
Na etapa de instalar snaps, me deparava com tantos serviços que nunca tinha ouvido falar, eu achava que iria usar todos! Vamos diminuir o escopo e focar na opção do Nextcloud. Até então não tinha ouvido falar sobre.
O Nextcloud oferece ser a substituição do Google Drive, armazenamento de arquivos, pastas, imagens, um pacote office embutido, enfim. Lembra a sensação de ver a lista de snaps durante a instalação passada? então, aconteceu de novo.
Com o Nextcloud, diferente do OMV ele não era uma distro linux, ele era apenas uma aplicação rodando em cima de qualquer distro. Naquele momento não me preocupava com banco de dados para ele (se duvidar ele rodava em um SQLite), até eu realmente me preocupar.
Foi nesse ponto que eu conheci do TrueNAS, pois bem, me senti voltando ao OMV, com o sistema operacional rodando integrado com a interface web, funcionou perfeito, cheguei a rodar VMs, só coisa boa. Não me importei por usar o sistema de arquivos ZFS, me sentia seguro com as 1001 redundâncias de dados, pensei nossa isso aqui é um foguete vai durar pra sempre.
Como deve imaginar, não durou. O que aconteceu foi que corrompeu o ZFS, possivelmente durante uma queda de luz sem nenhum nobreak, não sei. Tentei de diversas formas restaurar o sistema de arquivos. Naquela configuração eu possui-a redundância de dois discos sempre com Raid configurado via software. Mas parece que o pool havia se corrompido, não conseguia montar nada, um verdadeiro caos para quem não tem realmente algo robusto, nobreak, discos específicos para NAS.
Depois dessa queda, eu dei uma segurada nos ânimos, nunca perdi nenhuma mídia importante, fiquei em fase de teste por 2-3 anos, com as 3 contas do Google armazenamento 100%.
Optei por algo mais simples, vamos de CasaOS, com um simples comando estava instalado. Ele trabalha focado em Apps sendo containers Docker. Muito legal, tive vários serviços rodando, perfeito para Self-Hosted. No entanto, o sistema não oferecia uma opção de redundância de discos, apenas de Merge, ou seja, RAID0.
Logo após me estabilizar, me senti seduzido pelo ZimaOS, desenvolvido pela mesma empresa do CasaOS, mais novo, contava com suporte de RAID, diversas outras ferramentas, guias no site para instalação de serviços. Naquela hora senti que o ZimaOS era o CasaOS muito melhor trabalhado.
ZimaOS oferecia um ótimo controle, diferente do CasaOS, ZimaOS era o sistema operacional immutable, bem diferente do meu costume. Certo dia, senti a necessidade de inserir mais discos, foi nesse momento que tudo decaiu. Inserindo mais dois discos, parecia que se fundiam com os outros e nesse momento o desespero bate.
Pesquisando sobre o problema, a primeira issue apareceu em nome do CasaOS
https://github.com/IceWhaleTech/CasaOS/issues/1707
No entanto, eu estava no ZimaOS, a issue foi aberta em 2024 e nunca houve solução.
Um comentário me chama a atenção 
Poxa, se eu preciso fix it myself, então eu vou largar o ZimaOS e ir pra alguem mais previsível.
Nesse momento eu já comecei a procurar o próximo sucessor para o meu servidor.
Caso ainda se lembre do OMV, eu tinha pedido pra vc lembrar, eu voltei para ele.
Todo essa caminhada que eu fiz, os erros, reinstalações nunca foram em vão. Cada sistema deixou o seu aprendizado. Não digo que o OMV é perfeito, mas sim é previsível, estável e ainda me da o controle do sistema operacional por ainda ser mutável. OMV não tem todas as novidades como o ZimaOS, o que ele faz é facilitar a instalação a containers, para fazer isso no OMV, vc deve instalar um plugin de compose e pronto. OMV não é lindo como o ZimaOS, mas eu não uso o OMV para usar a interface web e sim as features que ele oferece.
